Quem nos segue há mais tempo, poderá estar a deparar-se com a sensação de já termos dedicado um Toys for Boys ao Renault Clio Williams, o que é inteiramente verdade. No entanto, já na altura era sabido que a Norev iria relançar esta miniatura algures durante este ano. Uma vez que referimos nesse artigo que iríamos avaliar um Williams da segunda edição, e inclusivamente compará-lo com um exemplar do lançamento original, é tempo de cumprir com o prometido, já que esta peça chegou muito recentemente ao mercado.
A história deste automóvel é algo extensa, porém fácil de explicar. Lançado em 1993 como forma de comemorar os títulos de pilotos e construtores de Fórmula 1 do ano transacto, conquistados por Nigel Mansell e pela Williams-Renault, respectivamente, mas também como forma de homologar uma evolução do Clio 1.8 16V nos ralis, o Clio Williams surgiu como uma série especial limitada a 3800 exemplares, todos pintados no característico All Sports Blue 449 e equipados com as míticas Speedline de tom dourado. Extraindo 150 cavalos do F7R, um 4 cilindros de 1998cc, o Williams distinguia-se do já muito despachado 1.8 16V nos seguintes componentes:
- Válvulas de maiores dimensões;
- Novas cames;
- Cambota proveniente do Clio 1.9D;
- Pistões mais largos
- Radiador de óleo mais eficiente;
- Colector de escape e caixa de velocidades especificamente desenvolvidos para esta versão;
- Vias mais largas no eixo dianteiro;
- Suspensão mais firme;
- Pormenores estéticos exclusivos (autocolantes “Williams” junto aos frisos laterais e na tampa da mala, padrão dos bancos, tonalidade azul dos manómetros, alcatifa, topo da manete da caixa e cintos de segurança, bem como a placa com o número de série, colocada no tablier).

Para comemorar a saída de cena do Williams em grande estilo, o último ano de produção é também aquele em que o famoso hot-hatch é escolhido como o Safety Car do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. No mesmo ano, o Mégane Maxi entra em acção nos ralis, o que faz com que o derradeiro Williams, o Clio Maxi, termine também a sua carreira a nível oficial. No entanto, o legado do Williams permanece, sendo considerado ainda hoje um dos melhores pequenos desportivos de todos os tempos, o que se reflecte no mercado de usados, já que adquirir um destes azulinhos nos dias de hoje representa uma despesa cada vez mais onerosa, sendo que os exemplares numerados chegam a aparecer à venda com preços a rondar os 20.000 Euros, um valor que só tem tendência a crescer no futuro.
A miniatura

Molde
Exactamente o mesmo da edição original, e ainda bem. Todas as formas do Williams estão bem representadas (especialmente os alargamentos das cavas), é possível abrir portas, capot e tampa da mala, com as folgas a não serem expressivas quando tudo se encontra fechado, e não detectámos quaisquer marcas nas junções dos vários painéis. Uma representação mais que correcta neste sentido, que merece a melhor nota que podemos atribuir.
Nota Photorevvin': 5/5
Detalhes
Não conseguimos entender como é que, passados quase seis anos desde o lançamento da primeira edição, esta nova proposta mantém inalteradas quase todas as falhas do seu antecessor, juntando aos problemas conhecidos a omissão de pormenores que estavam presentes no modelo original. Efectivamente, as cores das jantes e carroçaria são bem mais correctas, deixando a primeira edição muito mal vista neste departamento, mas basta abrir o capot para ver que há elementos em falta e que comprometem o realismo desta miniatura, começando pelos autocolantes informativos que tão bom aspecto tinham no modelo de 2010 e que não foram incluídos neste relançamento. Além disso, existe uma pequena diferença na tampa das válvulas, que passou a não incluir o logo da Renault junto à legenda “F16 i.e”.


Nota Photorevvin': 3/5
Qualidade de construção

Nota Photorevvin': 3/5
Relação qualidade-preço
Analisemos este parâmetro pela seguinte perspectiva: Pagar mais que 55€ por uma miniatura com erros que nem na Bburago se verificam não teria qualquer lógica. Quer em termos de valor de mercado como pelo público-alvo, as miniaturas de colecção são mais que brinquedos, pelo que, se é para fazer à pressa, mais vale não fazer de todo. Esta miniatura irá gerar, quase de certeza, muita publicidade negativa em fóruns da especialidade, e temos quase a certeza que alguns coleccionadores mais exigentes irão sem dúvida devolver os seus Williams. Ninguém esperava um AUTOart, mas é fácil sentirmo-nos algo “extorquidos” com esta peça, mesmo que o preço até seja mais baixo que o esperado.
Nota Photorevvin': 3/5
Apreciação Final
A Norev podia e devia ter feito uma representação mais cuidada de um hot-hatch tão icónico, ainda mais quando as reedições têm a obrigatoriedade de corrigir os pontos menos bons do lançamento original, que neste caso foi um sucesso de vendas. É mais o que ficou por melhorar do que aquilo que foi aperfeiçoado, sendo que os erros que surgiram nesta nova edição e não se verificavam em 2010 não fazem qualquer sentido, e dão mau nome à Norev sem qualquer necessidade para tal. Esta nova edição era aguardada por muitos coleccionadores que não conseguiram adquirir os exemplares originais, e se, exteriormente, existem fortes razões para justificar a compra, o caso muda de figura quando se chegam aos detalhes. Recomendamos esta compra? Sim, mas agarrem numa chave Philips após a aquisição. Vai ser útil, porque há trabalho a fazer...
Nota Photorevvin': 14/20
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